O presidente Jair Bolsonaro, vestido com um cocar, recebeu nesta sexta-feira (18), em cerimônia no Ministério da Justiça, a medalha do mérito indigenista.
A condecoração foi concedida ao presidente pelo ministro da Justiça, Anderson Torres.
Instituída em 1972, a medalha se destiina a pessoas que se destacam pelos trabalhos de proteção e promoção dos povos indígenas brasileiros.
A condecoração foi criticada em razão da política do governo em relação aos povos indígenas e à proteção ambiental.
Bolsonaro, por exemplo, congelou as demarcações de terras indígenas e defende autorizar mineração, garimpo e agricultura nessas áreas.
O desmatamento na Amazônia cresceu durante seu governo.
O despacho do ministério com a condecoração foi publicado no ‘Diário Oficial da União’ de quarta-feira (16).
Na ocasião, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) afirmou que contestaria o ato na Justiça.
Sônia Guajajara, liderança indígena e coordenadora-executiva da Apib, afirmou que a concessão da honraria para Bolsonaro foi uma "afronta".
A condecoração a Bolsonaro fez com que Sydney Ferreira Possuelo, ex-presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai) e ativista, devolvesse sua medalha do mérito indigenista recebida há 35 anos.
Possuelo, reconhecido indigenista, afirmou que Bolsonaro ofendeu "crença", "desejos" e "memória" de marechal Rondon e "por extensão o Exército Brasileiro".
"Quando deputado federal, o senhor Jair Bolsonaro, em breve e leviana manifestação na Câmara dos Deputados, afirmou que a 'cavalaria brasileira foi muito incompetente.
Competente, sim, foi a cavalaria norte-americana que dizimou seus índios no passado e hoje em dia não tem esse problema no país'", disse no documento, endereçado ao ministro Anderson Torres.
Publicada por: RBSYS
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